EDITORIAL
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ueridos irmãos, exultantes com a celebração do Mistério Pascal de
Cristo, oferecemos aos nossos leitores o terceiro número da Revista “Somos
Servos”, que vai se desenvolvendo a cada dia por meio das sugestões e
observações recebidas no nosso email (somosservos@gmail.com),
na web com o blog Somos Servos (www.somosservos.blogspot.com)
e principalmente no encontro com tantos irmãos e irmãs.
Na celebração do Mistério Pascal de Cristo somos chamados a renovar
a graça de nosso batismo, reconhecendo a adoção filial e a redenção oferecidas
por Deus a todos os homens. O Mistério Pascal da Cruz e da Ressurreição de
Cristo está no centro da Boa Nova que devemos anunciar ao mundo. Durante sua
vida terrestre, Jesus anunciava este Mistério por seu ensinamento e o
antecipava por seus actos. A Cruz é o único sacrifício de Cristo, "único mediador
entre Deus e os homens"! Pelo facto da sua encarnação uniu a si mesmo
todos os homens oferecendo-lhes a possibilidade de serem associados à sua morte
e ressurreição. Por sua morte Jesus nos liberta do pecado, por sua Ressurreição
Ele nos abre as portas de uma nova vida. Por isso, na Liturgia, a Igreja
celebra principalmente o Mistério Pascal pelo qual Cristo realizou a obra da
nossa salvação.
Nesta edição da nossa revista vamos evidenciar o Mistério Pascal de
Cristo, referindo-nos principalmente às celebrações litúrgicas do Tríduo
Pascal. Queremos viver com mais sensibilidade espiritual a celebração da Páscoa
do Senhor, para a qual nos preparamos durante o tempo da Quaresma, conscientes
de que o Mistério Pascal de Cristo é actualizado em nossa vida e na Liturgia pela
efusão do Espírito Santo...
Desejamos a todos uma boa leitura!
Feliz Páscoa e um tempo pascal
na presença do Senhor Ressuscitado!
Escreva
para somosservos@gmail.com e receba
a revista em formato PDF
Versão
ONLINE no Blog Somos Servos: www.somosservos.blogspot.com
MISSA CRISMAL
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Missa Crismal ou dos “Santos
Óleos” acontece na Quinta-feira Santa, mas por motivos pastorais, esta
celebração pode ser antecipada. A Missa Crismal reúne em torno do Bispo o clero
da diocese (padres e diáconos) e todo o povo de Deus, ou
ao menos uma boa representação das comunidades paroquiais que formam a diocese.
Uma vez que esta missa caracteriza-se como uma grande acção de graças a Deus
pela instituição do ministério sacerdotal na Igreja, nela, os padres presentes
renovam as promessas sacerdotais.
Qual o significado do óleo? A palavra “Óleo” é de origem latina, “oleum”, derivada do grego “élaion”, que faz referência ao óleo
extraído dos olivais (élaia). Este
tem a finalidade de fazer brilhar o rosto (Sl 103,15) e é símbolo da alegria
(Sl 44,8). Ser ungido pelo óleo significa a consagração de um ser a Deus, em
vista da realeza, do sacerdócio ou de uma missão profética (Ex 29,7). O ungido
por excelência é o Messias, o Cristo, que é o Rei, o Sumo Sacerdote e o
Profeta. Até mesmo edifícios e objetos podem ser consagrados com a unção do
óleo (Gn 28,18). Símbolo da alegria e da beleza, sinal de consagração, o óleo
também alivia as dores e fortalece os cristãos, tornando-os mais ágeis e menos
vulneráveis.
Quais são os óleos usados na Liturgia? Na Liturgia da Igreja evidenciam-se
três óleos: Óleo dos ENFERMOS, dos CATECÚMENOS e do Santo CRISMA. Os dois
primeiros Santos Óleos são abençoados, e o terceiro é consagrado pelo Bispo que
celebra com todo o seu presbitério na Quinta-feira Santa pela manhã.
O Óleo dos Catecúmenos concede a força do Espírito Santo àqueles que
serão batizados, para que possam como Cristo, serem fortalecidos contra o mal.
Na falta deste óleo, outro poderá ser abençoado pelo padre antes de ser usado.
O batizando é ungido com o óleo dos catecúmenos, no peito.
O Óleo dos Enfermos, que em caso de necessidade poderá ser abençoado
pelo padre antes da unção do enfermo, é um sinal sensível utilizado na Unção
dos Enfermos, que traz o conforto e a força do Espírito Santo para o doente no
momento de seu sofrimento. O doente é ungido na fronte e na palma das mãos.
O Santo Crisma é um óleo perfumado, utilizado nas unções
consecratórias: o batizado é ungido na fronte; na Confirmação é o símbolo
principal da consagração, também na fronte; são ungidas as palmas das mãos do
neo-sacerdote; o novo bispo é ungido
sobre a cabeça. Também é usado em outros ritos consecratórios, como na
dedicação de uma Igreja, na consagração de um altar, quando o Santo Crisma é
espalhado sobre o altar e sobre as cruzes de consagração que são colocadas nas
paredes laterais das igrejas dedicadas (consagradas). Os Santos Óleos, de modo particular o Santo
Crisma, têm caráter sacramental.
Frei Gerson Junior, osm
A INSTITUIÇÃO DA
EUCARISTIA
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Quinta-Feira Santa é o grande
dia da instituição da Sagrada Eucaristia, dom do Céu para os homens; o dia da
instituição do sacerdócio, nova prenda divina que assegura a presença real e
actual do Sacrifício do Calvário em todos os tempos e lugares, tornando
possível que nos apropriemos dos seus frutos.
Aproximava-se o momento em que Jesus vai oferecer a sua vida pelos
homens. Tão grande era o seu amor, que na sua Sabedoria infinita encontrou o
modo de ir e de ficar, ao mesmo tempo.
Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, não deixa um símbolo,
mas uma realidade. Fica Ele mesmo. Embora vá para o Pai, permanece entre os
homens. Sob as espécies do pão e do vinho consagrados está Ele, realmente
presente, com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade.
Na celebração da Instituição da Eucaristia, contemplamos Jesus que
se coloca a serviço dos seus discípulos e nos dá mais uma prova de amor, nos
deixando o memorial de sua paixão, morte e ressurreição.
Jesus antes de tomar a ceia com os seus apóstolos retira seu manto,
toma consigo um jarro e uma toalha para lavar os pés de seus discípulos, e
assim mostra que ninguém deve querer ser o maior ou aparecer mais que o outro,
pois se o Mestre e Senhor que deveria ser servido está servindo, eles devem
lavar os pés uns dos outros, lembrando que não é o servo maior que o seu
Senhor.
Nesta celebração somos convidados a viver o mandamento do amor:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado” ( Jo 15, 12).
Nesta mesma ceia, Jesus institui o ministério daqueles que nos
propiciarão comer deste Corpo e beber deste Sangue: o Sacerdócio. É necessário
rezar pelo Papa, pelos Bispos, pelos sacerdotes, e rogar que haja muitas
vocações no mundo inteiro.
Neste dia, a celebração eucarística se encerra com a adoração eucarística;
esse gesto se deve em solidariedade ao Senhor que sofre e padece no monte das
oliveiras, soando sangue e se sentindo abandonado pelo Pai do Céu. É o nosso
momento de nos fazermos presentes na vida do Senhor que nunca nos abandona.
Frei Percy M.
Astopillo toro, osm
A PAIXÃO DE CRISTO
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uantas perguntas surgem ao meditarmos sobre a Paixão de Cristo!
Sobressai sempre de novo a pergunta: Onde estava Deus naqueles dias? Por que
Ele silenciou? Nós não podemos perscrutar o segredo de Deus vemos apenas
fragmentos e enganamo-nos se pretendemos eleger-nos a juízes de Deus e da
história. Porventura, nós não continuamos hoje, fazer Cristo sofrer a Paixão?
Ainda continuamos crucificando a Cristo quando ao longo da história, inocentes
sejam maltratados, condenados e mortos. Quando nós preferimos o sucesso à
verdade, a nossa reputação à justiça. Quando as insígnias do poder trazidas
pelos poderosos deste mundo é um insulto à verdade, à justiça e à dignidade do
homem! Quando os nossos rituais e as nossas palavras, verdadeiramente, não
passam de pomposas mentiras, uma caricatura do dever que nos incumbe por força
do seu cargo. Nós hoje também contribuímos para que Cristo sofra em vez de
completar o que falta na sua Paixão em nossa carne (cf Col 1,24), e prolongamos
a sua Paixão.
A Paixão de Cristo não mostra somente o silêncio de Jesus como sua
última palavra ao Pai, mas revela também que Deus fala por meio do silêncio. O
silêncio de Deus, a experiência da “distância” do Pai é etapa decisiva no
caminho terreno do Filho de Deus, Palavra encarnada. Suspenso no madeiro da
cruz, o sofrimento que lhe causou tal silêncio fê-lo lamentar: “Meu Deus, meu
Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15, 34; Mt 27, 46). A Paixão de Cristo é
profundamente reveladora da situação do homem que reza: depois de ter ouvido e
reconhecido a Palavra de Deus, devemos medir-nos também com o silêncio de Deus.
Muitas vezes, na nossa oração, encontramo-nos diante desse silêncio,
experimentamos quase um sentido de abandono, parece-nos que Deus não ouve e não
responde. Mas este silêncio de Deus, como aconteceu também para Jesus, não
marca a sua ausência. Na Bíblia, a experiência de Job é particularmente
significativa. Job, na sua relação com
Deus, fala com Deus, clama a Deus; na sua oração, não obstante tudo, conserva
intacta a sua fé e, no fim, descobre o valor da sua experiência e do silêncio
de Deus. E assim, dirigindo-se ao Criador, conclui: «Eu tinha ouvido falar de
ti, mas agora são os meus olhos que te vêem» (Jb 42, 5).
Diante da Paixão de Jesus, a nossa resposta é o silêncio da adoração.
Assim nos entregamos a Ele, colocamo-nos em Suas mãos, pedindo-Lhe que nada,
tanto na nossa vida como na nossa morte, possa nos separar jamais Dele (cf. Rm
8, 38-39). Durante a solene Vigília Pascal, “mãe de todas as vigílias”, este
silêncio será rompido pelo cântico do “Aleluia”, que anuncia a ressurreição de
Cristo e proclama a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte. A
Igreja rejubilará no encontro com o seu Senhor, entrando no dia da Páscoa que o
Senhor inaugura, ressuscitado dos mortos.
Frei Jeremias M. Mugabe, osm
A HORA DE MARIA
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Hora de Maria é a etapa
decisiva na fé de Maria onde é purificada com uma “aparente ausência” de Deus.
No silêncio Ela espera a Ressurreição do Filho. Ela, que havia acolhido o Anjo
na Anunciação agora diante desse silêncio, poderia, humanamente falando,
interrogar-se: Então como irão cumprir-se aquelas palavras? De que modo reinará
Ele sobre a casa de David? E como será possível não ter fim o seu reinado? Maria,
porém, recorda a resposta que dera então depois de ter ouvido o anúncio do
Anjo: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,
38).
Ao pé da cruz, Maria padece o seu martírio no Espírito. Aquele
martírio que aflige a alma com dores mais atrozes, do que o sofrimento do
corpo. Ela seguiu Jesus, não apenas na alegria das consolações, mas também na
angústia dos sofrimentos. Ela via o seu Filho, o mais belo entre os filhos dos
homens, sem nenhuma aparência humana e sem dignidade. Contemplava o Santo dos
Santos crucificado entre dois malfeitores, via a cabeça daquele que tudo
sustenta, caída sobre o ombro. Via a face de Deus desfigurada, e sua beleza extinta.
Grande foi a dor de Maria, ao receber nos seus braços o corpo de Jesus já
morto. Grande foi Maria na dor, ao sepultar seu Filho e lentamente viu a pedra
rolar o sepulcro.
Tudo parece ter chegado ao fim. Maria volta para casa, a desolação é
total, sem marido e sem filho. Ela estava só!Iluminada pelo Espírito Santo, Maria
não duvidava que seu Filho havia de Ressuscitar. Só a fé sustentava Maria,
naquele momento tremendo. É mediante a fé Maria deposita a sua esperança no
Senhor, aquele é capaz também de ressuscitar o seu Filho.
Maria, esperando a ressurreição, simboliza a humanidade inteira dos
justos que esperam o Senhor, que é para eles a única esperança. Essa espera de
Jesus ressuscitado por meio de Maria foi cheia de ansiedade, fascínio e tremor,
pois Ela sendo uma pobre de Nazaré foi na obediência e no desenrolar dos
acontecimentos que descobrir qual era a vontade de Deus na sua Vida. Deste modo
na sua espera torna-se para nós modelo de perseverança.
Maria também hoje espera por nós como outrora esperou o seu Filho.
Espera que nós também esperemos o seu Filho que há de se manifestar no fim da
história, com uma fé que não esmorece, com uma fé viva, uma fé inquebrantável.
Maria espera por nós e intercede por nós diante do seu Filho.
Queridos irmãos e irmãs, não caminhamos só temos diante de nós uma
grande advogada, Maria conhece o sofrimento humano até as suas últimas conseqüências,
deixemo-nos guiar por Maria, e trilhemos com Ela até ao encontro de Cristo Ressuscitado.
Fr.Cosme M, osm e Postulante Wilson Wiliamo
A VIGÍLIA PASCAL
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noite que brilha como o dia e a escuridão que
é clara como a luz, assim podemos definir a solene
celebração da Vigília Pascal, mãe de todas as vigílias e coração do ano litúrgico. É noite em que pela
graça que recebemos em Cristo Novo Adão, nos levantamos da queda provocada pelo
primeiro Adão. Ele que é o princípio e o fim da nossa história, iluminando todo
o tempo, particularmente a cada ano da Salvação. Por isso mesmo a Igreja
convida-nos a fazer memória da noite em que foram libertos os filhos de Israel
do cativeiro do Egipto, passando a pé enxuto sobre o Mar Vermelho e a esperar
em Vigília e oração a Ressurreição de Jesus Cristo Nosso Senhor que dá sentido
a nossa fé.
A celebração da Vigília pascal respeita quatro momentos
significativos:
O primeiro momento é a cerimônia da Luz. Esta cerimônia consiste na
bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do precónio pascal. O
lume novo e o círio pascal simbolizam a luz da Páscoa, que é Cristo, luz do
mundo. O texto do precónio afirma que “a luz de Cristo dissipa as trevas de
todo o mundo”. A única Luz que faz brilhar a vida e aclara as trevas que nos
dão medo no nosso dia a dia.
O segundo momento é a liturgia da Palavra que propõe sete leituras
do Antigo Testamento, que nos recordam os grandes e importantes acontecimentos
da história da salvação, e duas leituras do Novo Testamento que interpretam o
mistério pascal de Cristo. Toda a escuta da Palavra é feita à luz do
acontecimento-Cristo, simbolizado no círio pascal colocado junto ao Ambão ou
perto do Altar.
O terceiro momento é a liturgia baptismal que é parte em que os catecúmenos
fazem o seu Êxodo para uma Vida Nova por Cristo, com Cristo e em Cristo, das
trevas para a Luz. Oportunidade para a celebração do Baptismo dos catecúmenos e
para a renovação das promessas baptismais dos cristãos com as velas acesas nas
mãos.
O quarto momento é a liturgia eucarística que é o momento culminante
da Vigília, onde celebramos a vitória do verdadeiro cordeiro sobre o poder da
morte.
Portanto, nesta solene liturgia celebramos a Ressurreição do nosso
Salvador, “o centro da Boa-Nova que os apóstolos e a Igreja, na esteira deles,
devem anunciar ao mundo” (CIC 571), o antegozo da Páscoa eterna.
Frei Lafim, osm e postulante Hermínio.
AS APARIÇÕES DO
RESSUSCITADO
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ediante o testemunho dos apóstolos, as aparições de Jesus após a sua
morte, são evidências de facto que Cristo ressuscitou dos mortos. Os quatro evangelhos
narram os episódios das aparições de Jesus cada um com o seu enfoque teológico
e mistagógico.
Enfatizaremos aqui de forma sucinta três das aparições.
Segundo a narrativa do Evangelho de Mateus a primeira aparição, que
Jesus realizou foi para as mulheres (Mt 28, 1-10), porém, nas narrativas de Marcos (Mc 16, 9-10) e de João
(Jo 20, 11-18) mencionam que Jesus apareceu primeiro e exclusivamente a Maria
Madalena e Jesus a envia para anunciar aos
discípulos que Ele havia ressuscitado. Neste sentido Maria torna-se a primeira missionária,
a anunciar o Cristo ressuscitado.
A aparição aos discípulos de Emaús, (Lc 24, 13-34) nos apresenta um
profundo significado mistagógico do Cristo ressuscitado. Nesta aparição os
discípulos realizam actos de amor, hospedam o homem desconhecido que lhes
falava do Messias no percurso do caminho, partilham com ele em ceia fraterna o
pouco alimento que dispunham e no partir o pão eles reconhecem o Senhor, e
imediatamente vão anunciar à comunidade dos apóstolos reunida em Jerusalém.
Assim a fração do pão na ceia dos discípulos de Emaús torna-se símbolo do
Cristo ressuscitado.
Na aparição de Jesus aos onze, (Lc 24, 36-43) eles não o reconhecem
e cogitam ser um fantasma. Então Jesus mostra-lhes as mãos e os pés, todavia
eles ainda permanecem subjugados pela alegria e surpresos, e como se ainda não
acreditassem, Jesus solicita algo para comer e eles lhe oferecem peixe, Jesus
tomou e comeu a vista deles, então Jesus lhes abre a inteligência e eles
reconhecem o ressuscitado. Jesus se dá a conhecer ao comer com os discípulos,
mostrando que a vida brota onde se partilha, onde há colaboração a serviço da
vida e onde acontece actos de amor.
Mediante as aparições do ressuscitado somos exortados nesta Páscoa a
meditarmos e a vivermos os mistérios do Cristo ressuscitado, a repartimos e
compartilharmos com os nossos irmãos os nossos dons, o nosso alimento, a nossa
paz e a nossa alegria.
Os evangelhos narram o testemunho dos discípulos, e diante destes
testemunhos é impossível interpretar a ressurreição de Cristo (e as aparições)
fora da ordem física e não reconhecê-la como um facto histórico (cf. CIC. 643).
Frei Ivan M. Siqueira, osm
TESTEMUNHO VOCACIONAL
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uem sou eu? O que estou fazendo na
vida religiosa? O mais importante é que Alguém me escolheu e eu escolhi a Ele,
por isso estou aqui... Sabes por quê? Posso não saber explicar, mas escolhê-Lo
faz-me um homem feliz, e desde que O escolhi senti a liberdade de optar por
minha plena realização. Claro que para a sociedade cometi a maior loucura da
minha vida, mas considero a coisa mais importante. Gostaria de apresentar-me.
Oi! Sou Dionísio António Manuel, tenho 26 anos de idade, nasci na
cidade de Nampula-Moçambique. Sou o terceiro filho na família de sete irmãos.
Cresci como qualquer criança do meu bairro. Nada de especial em mim dava a
entender da minha futura escolha de consagrar-me a Deus. Tenho quatro anos de
caminhada formativa com os frades Servos de Maria, seguindo Cristo a exemplo
dos Sete santos fundadores desta amada Ordem.
Conheci os Servos de Maria através das irmãs Monjas Servas de Maria de
Nampula, uma presença positiva naquela terra que me acompanharam
espiritualmente antes do meu ingresso no convento Santa Maria dos Servos da
Matola. Aproveito para agradecer as irmãs e os irmãos que me ajudaram a
conhecer esta família. Agradeço em particular desde o íntimo do meu coração a
cada uma e cada um, pois, na sua maneira simples de apresentar o estilo de vida
dos frades, descobri que era aqui onde eu queria. Também agradeço ao saudoso
frei Horácio, formador, com o qual tive o meu primeiro contacto e ao frei
Custódio que acolheu de bom grato a notícia do meu ingresso, na altura prior da
comunidade. Certamente não foram anos fáceis, mas nem difíceis, pois a cada dia
que passa é uma oportunidade e uma aventura, na qual me dou conta do que quero.
Sim, ainda que pareça estranho, quero dizer que não escolhi ser
consagrado, escolho a cada dia, pois “nesta caminhada as crises são comuns e
quem não as tem, não é pessoa”, como alguém referiu um dia, e passar essas
crises é normal lembrando que há dificuldades em todo ramo de trabalho e em
todo tipo de vocação. A única forma de superar as crises vocacionais por mim
encontradas é sem dúvida a oração.
Caro leitor, peço humildemente a sua oração para que eu possa ser
fiel ao Senhor, também que reze para que o Senhor envie mais operários para a
sua messe. Asseguro as minhas orações a todos os leitores desta revista “Somos
Servos”, ainda que não os conheça. Com uma saudação muito cordial desde a cidade
da Matola.
Frei Dionísio António Manuel,osm
CRÔNICAS E NOTÍCIAS
ECLESIAIS
Dia 01 de Abril - chegada do frei João Carlos M. Ribeiro (servo de
Maria da província São Peregrino – Brasil/Moçambique) para incorporar-se na
comunidade Santa Maria dos Servos.
Dia 06 de Abril - via sacra dos religiosos nas irmãs de Nossa
Senhora dos desamparados, com a presença de Dom Francisco Chimoio, Arcebispo de
Maputo.
Dia 11 de Abril - Festa de Nossa Senhora ao Pé da Cruz com a
celebração Eucarística na Paróquia São Gabriel Arcanjo.
Dia 13 de Abril - domingo de
ramos e dia mundial da juventude.
Dia 16 de Abril - frei
Charlie viaja para Chókwé para passar a semana santa e a festa da Páscoa com as
irmãs Servas de Maria de vida contemplativa (monjas).
Dia 17 de Abril – quinta feira santa, dia do sacerdote; missa
crismal na Sé Catedral de Maputo pela manhã e de tarde a instituição da
Eucaristia (última ceia).
Dia 18 de Abril - Sexta feira santa - ofício de leituras e laudes na
Paróquia São Gabriel Arcanjo pela manhã. Pelas 15 horas celebração da paixão do
Senhor.
Dia 19 de Abril - Sábado santo – ofício de leituras e laudes na Paróquia
São Gabriel Arcanjo. Pela noite celebração da Vigília Pascal (19h início).
Dia 20 de Abril – Ressurreição do Senhor (Páscoa).
Dia 25 de Abril – festa de São Marcos Evangelista.
Dia 27 de Abril – canonização em Roma dos Beatos João Paulo II e
João XXIII. No mesmo dia comemora-se o 150º aniversário de fundação das Irmãs
do Amor de Deus. Ainda no mesmo dia haverá convívio dos formandos da Matola na
casa dos Irmãos Maristas.
Dia 04 de Maio – Festa de São Peregrino Laziozi, Patrono contra o
mal do Câncer (para os servos de Maria e os lugares que lhe têm por padroeiro).
Dias 17/18 de Maio - peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de
Fátima de Namaacha.
Frei Lafim, osm.
Somos Servos da Virgem Gloriosa!
Movidos pelo Espírito comprometemo-nos, como nossos
primeiros Pais, a testemunhar o Evangelho em comunhão fraterna e a colocar-nos
a serviço de Deus e do homem, inspirando-nos constantemente em Maria, Mãe e
Serva do Senhor (Const. 1)
Somos chamados a estar aos pés das infinitas cruzes
da humanidade para levar conforto e cooperação redentora
(Const. 319)
Entre em contacto connosco e seja você também um
Servo de Maria:
Comunidade Santa Maria dos Servos – Matola / servosmc@gmail.com
826756357 - 847704141