São Paulo escreve esta carta aos cristãos da cidade de Colossas. Esta pequena cidade se localizava na Ásia Menor, a 200 km de Éfeso. Estes cristãos eram provenientes do paganismo e se converteram ao cristianismo. Esta Carta foi escrita no período em que o Apóstolo se encontrava na prisão, provavelmente em Éfeso, entre os anos 55 e 57.
Neste sentido a carta do Apóstolo fala que “Cristo é a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15). Seria importante para nós aprofundarmos o verdadeiro sentido da “imagem” que a Sagrada Escritura nos transmite.
A cultura da imagem está presente em nossas vidas. Esta cultura ficou muito presente no final do século passado e no início deste novo milênio. Hoje, mais do que nunca, a vida está marcada por diversas situações, na qual a imagem está presente. Porém, a Bíblia Sagrada fala sobre as imagens de diversas maneiras. Vejamos algumas:
- “Não faça para você ídolos , nenhuma representação daquilo que existe no céu e na terra. Não se prostrem diante desses deuses, nem sirva a eles, porque eu, Javé seu Deus, sou ciumento...” (Ex 20,4-5)
- “Nas duas extremidades da placa, faça dois querubins de ouro batido...” (Ex 25,18).
- “Fizeram para si um bezerro de metal fundido, e o adoraram, oferecendo a ele sacrifícios e dizendo: Israel, este é o seu deus que tirou você do Egito” (Ex 32,8).
- “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26)
Assim perceberemos que a Sagrada Escritura orienta de distintas maneiras a realidade sobre as imagens. Talvez fosse importante salientar que não poderemos tomar ao “pé da letra” o que a Escritura Sagrada diz sobre as imagens. Não podemos restringir as orientações sobre as imagens apenas num versículo como nos apresenta o livro do Êxodo 20,4, sem ter presente o contexto em que foi escrito.
A imagem lembra outra realidade que não podemos fechar os olhos. A cultura da imagem, presente em nossas vidas, faz com que, à luz da Palavra de Deus, façamos um verdadeiro e profundo discernimento com relação a adoração das imagens. Para nós, que somos cristãos e católicos, e formamos o , Povo de Deus, que é sacerdotal, real e profético, é importante ter a idéia clara sobre a realidade das imagens. As variadas imagens de Nossa Senhora nos lembram que Maria é Mãe de Jesus. Sabemos que não adoramos as imagens de Maria. Mas por outro lado, sabemos que Ela foi a discípula fiel até as últimas conseqüências. São João escreve que a mãe de Jesus disse: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).
Contudo, frente a mais variadas imagens que a Escritura nos mostra, aprofundaremos imagem de Cristo Jesus, que é a “imagem do Deus invisível”. No Prólogo de São João encontramos: “Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho unigênito, que está junto ao Pai” (Jo 1,18). Sendo assim, se quisermos ver a face de Deus, precisaremos conhecer quem é Jesus. Ele nos revela quem é o Pai. Neste caso, não poderíamos ficar com a idéia de que Deus proíbe “fazer e adorar imagens”. São Paulo afirma que “Cristo é a imagem do Deus invisível...” (Cl 1,15). Então, Javé o nosso Deus libertador, se revela em seu filho Jesus Cristo, que por sua vez nos mostra a verdadeira imagem de Deus.
Algumas perguntas para refletir:
Como a Bíblia fala sobre as imagens?
Como São Paulo relata a “imagem do Deus invisível”?
Os católicos adoram imagens?
Frei João Carlos Ribeiro, osm